Enquanto a Síria tenta se afastar da ditadura, algumas práticas autoritárias permanecem

Genial/Quaest: veja como lulistas e bolsonaristas divergem nas opini?es sobre EUA, Israel, Rússia, China e Argentina

Os dados da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta ter?a-feira mostram como o posicionamento político influi na percep??o que os eleitores têm de outros países pelo mundo. Enquanto a maioria dos lulistas (61%) tende a manifestar opini?o favorável à China,?essobreEUAIsraelRúloteria federal concurso 5047 a mesma propor??o de bolsonaristas recha?a Pequim. Sete em cada dez apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) apontaram na sondagem de agosto ter percep??o positiva dos Estados Unidos (76%), num momento em que o filho do ex-presidente Eduardo Bolsonaro (PL) articula em Washington a press?o em favor da anistia do pai na trama golpista — na contram?o disso, entre os lulistas, 73% veem os EUA desfavoravelmente. Eleitores 'nem Lula, nem Bolsonaro' fazem crescer percep??o sobre culpa do ex-presidente na trama golpistaGenial/Quaest: 49% acham injusta a aplica??o da lei Magnitsky contra Moraes, e 39% consideram san??o justa Pouco menos de um ter?o dos bolsonaristas (30%) disse ter "opini?o favorável" à China, e 9% n?o souberam ou n?o responderam. Já a percep??o positiva de lulistas sobre os Estados Unidos n?o chega a um quinto dos entrevistados (19%), e 8% n?o souberam/n?o responderam. Em termos gerais, o levantamento aponta que a imagem da China melhorou e a dos Estados Unidos, despencou entre os brasileiros desde fevereiro do ano passado. De lá para cá, o presidente americano, Donald Trump, imp?s tarifas a produtos brasileiros e passou a pressionar o Judiciário nacional em defesa de empresas do país e de Bolsonaro. Também alvo de tarifas, a China reagiu à guerra comercial e articulou uma trégua nas barreiras, enquanto refor?ava elos comerciais com outras na??es, como o Brasil (veja em detalhes os números gerais, mais abaixo.) Os eleitores declarados "bolsonaristas" no levantamento manifestaram opini?o mais favorável a Israel (57% de vis?o positiva, contra 39%, de negativa) que os lulistas, dentre os quais 61% apontaram ter uma "opini?o desfavorável" ao país liderado por Benjamin Netanyahu e "apenas" 23%, uma favorável. Os dados gerais apontam que a imagem negativa de Israel saltou de 27% em outubro de 2023, quando ataques terroristas do Hamas desencadearam a ofensiva israelense em Gaza, para atuais 50%. O conflito se espalhou pelo Oriente Médio e gerou apelos de combate à fome e contra a viola??o de direitos humanos. A maior parte de bolsonaristas e lulistas tem vis?o negativa sobre a Rússia, mais de três anos depois do início da guerra contra a Ucrania. Entre os eleitores de Bolsonaro, 69% disseram ter opini?o desfavorável a Moscou e 21%, favorável. Outros 10% n?o souberam ou n?o responderam. Já entre os de Lula, 48% apontaram percep??o negativa do país comandado por Vladmir Putin e 36%, positiva. Outros 16% n?o souberam ou n?o responderam. A Argentina, hoje liderada por Javier Milei, é mais bem vista pelos bolsonaristas — 48% deles disseram ter uma opini?o favorável ao país vizinho, contra 40% dos lulistas. Apesar de os dados gerais da Quaest mostrarem que a vis?o positiva sobre Buenos Aires cresceu sete pontos desde fevereiro de 2024, a 42%, o lugar ainda tem "opini?o desfavorável" de 43% dos apoiadores de Bolsonaro e de Lula. No levantamento, a esquerda n?o lulista se diferenciou dos apoiadores de Lula num apoio ainda maior à China (74%) e numa rejei??o mais significativa aos demais países, com a maioria apontando vis?o desfavorável dos Estados Unidos (77%), de Israel (68%), da Rússia (54%) e da Argentina (53%). Já a direita n?o bolsonarista foi mais benevolente que os apoiadores do ex-presidente em rela??o à China — apesar de mais da metade (55%) apontar vis?o negativa — e em rela??o à Argentina (36%). Foi também mais dura na percep??o da Rússia (73% de opini?o desfavorável). Os dados apontam ainda como as pessoas sem posicionamento político veem cada país, com destaque para a avalia??o da China. Nesse segmento, 50% têm opini?o favorável do país asiático; 40%, dos Estados Unidos; 41%, da Argentina; 32%, de Israel; e 24%, da Rússia. Entre eles, 56% apontaram uma vis?o negativa de Moscou; 49%, de Tel Aviv; 37%, de Buenos Aires; 49%, dos Estados Unidos; e 33%, de Pequim. Eleitores do segundo turno de 2022 A pesquisa Genial/Quaest também levantou como a percep??o dos brasileiros sobre cada país variou conforme a decis?o de voto no segundo turno de 2022, quando Lula venceu Bolsonaro. Os dados do levantamento mostram que a piora da imagem dos Estados Unidos entre os brasileiros foi puxada pela percep??o dos que votaram em Lula no segundo turno. Neste segmento, 69% disseram ter uma opini?o "desfavorável" de Washington, ante os 32% de fevereiro de 2024. A opini?o "favorável" despencou a menos da metade entre eles, de 50% a 23%. Mas a imagem dos EUA se deteriorou mesmo entre os que preferiram votar em Bolsonaro, ao nível de sete pontos percentuais — de 16% aos atuais 23% que hoje apontam uma vis?o negativa sobre os EUA. Entre esses "bolsonaristas" de segundo turno, 72% se manifestaram favoravelmente ao país estrangeiro, ante 71% da sondagem passada. Entre os que votaram em branco, anularam ou n?o foram votar, a percep??o favorável dos Estados Unidos também caiu, de 55% em fevereiro de 2024 a atuais 49%. Já a opini?o desfavorável saltou de 22% a 42%. Os que n?o souberam ou n?o responderam passaram de 23% para 9%, neste agosto. Entre os eleitores que escolheram Lula no segundo turno, a opini?o "desfavorável" teve alta sobre Israel, oscilou sobre a Argentina e despencou sobre China e Rússia: IsraelFavorável - 42% em out/23 - 24% em fev/24 - e 23% em agosto/25Desfavorável - 37% - 56% - 59%ChinaFavorável - 41% em out/23 - 40% em fev/24 - e 62% em agosto/25Desfavorável - 38% - 38% - 23%ArgentinaFavorável - 43% em out/23 - 27% em fev/24 - e 38% em agosto/25Desfavorável - 33% - 44% - 43%RússiaFavorável - 20% em out/23 - 16% em fev/24 - e 31% em agosto/25Desfavorável - 58% - 62% - 50% Já entre os eleitores que escolheram Bolsonaro no segundo turno, as imagens de Israel, China e Rússia pioraram. IsraelFavorável - 67% em out/23 - 64% em fev/24 - e 54% em agosto/25Desfavorável - 17% - 23% - 37%ChinaFavorável - 30% em out/23 - 36% em fev/24 - e 30% em agosto/25Desfavorável - 52% - 50% - 58%ArgentinaFavorável - 31% em out/23 - 52% em fev/24 - e 48% em agosto/25Desfavorável - 46% - 36% - 38%RússiaFavorável - 20% em out/23 - 15% em fev/24 - e 15% em agosto/25Desfavorável - 61% - 68% - 74% Os dados mostram, ainda, que os eleitores que preferiam votar em branco, nulo ou nem foram votar apontaram uma piora na percep??o sobre Israel e Rússia, mas passaram a ver a China mais positivamente. Sobre a Argentina, houve aumento nos dois grupos, pró e contra, ante o recuo de 14 pontos na parcela dos que n?o souberam ou n?o responderam. IsraelFavorável - 46% em out/23 - 35% em fev/24 - e 34% em agosto/25Desfavorável - 27% - 39% - 49%ChinaFavorável - 31% em out/23 - 39% em fev/24 - e 50% em agosto/25Desfavorável - 42% - 36% - 37%ArgentinaFavorável - 34% em out/23 - 34% em fev/24 - e 39% em agosto/25Desfavorável - 35% - 31% - 40%RússiaFavorável - 20% em out/23 - 15% em fev/24 - e 15% em agosto/25Desfavorável - 61% - 68% - 74% Qual a vis?o dos brasileiros sobre cada país? Na sondagem da Quaest, os entrevistados foram questionados se tinham "uma opini?o favorável ou desfavorável" sobre alguns países, e a parcela dos que disseram ter uma imagem negativa de Washington dobrou desde a pesquisa anterior, realizada em fevereiro de 2024 — 48% dos entrevistados afirmaram ter uma opini?o "desfavorável" dos Estados Unidos neste mês, contra 24% daquela ocasi?o. No mesmo período, a por??o dos que apontavam uma percep??o positiva sobre o país liderado por Donald Trump caiu quatorze pontos percentuais, de 58% a 44%. (Os que n?o souberam ou n?o responderam passaram de 18% a 8%.) Sob o argumento de supostas viola??es à liberdade de express?o e aos direitos humanos de Jair Bolsonaro e de outras figuras da direita, a gest?o Trump imp?s tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, revogou o visto de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e incluiu um deles, Alexandre de Moraes, no rol de sancionados pela Lei Magnitsky. O governo federal reagiu com o mote "O Brasil é dos brasileiros" e apelos a negocia??es, num embate que deu inesperado impulso à popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eduardo Bolsonaro (PL) está nos Estados Unidos para tentar articular o apoio internacional ao pai, prestes a ser julgado por participa??o na trama golpista de 2022. O deputado federal e o ex-presidente passaram a ser investigados pela suposta atua??o junto a Washington para coagir integrantes do STF em troca de anistia. Eles foram indiciados, na semana passada, por coa??o no curso do processo e obstru??o de investiga??o de infra??o penal que envolva organiza??o criminosa. Na contram?o da percep??o sobre os Estados Unidos, a imagem positiva da China disparou entre os brasileiros. Segundo a pesquisa, foi de 38% em fevereiro do ano passado a 49%, hoje. Entre os entrevistados, 37% disse ter uma opini?o "desfavorável" ao país liderado por Xi Jinping — eles eram 41% em fevereiro de 2024. (Os que n?o souberam ou n?o responderam passaram de 21% a 14%.) Imagem da China e da Argentina melhora; Israel despenca A China também foi alvo de tarifas de Trump, e reagiu com barreiras a Washington, mas os dois países acordaram uma trégua. Desde abril, negocia??es entre as duas maiores potências mundiais permitiram reduzir as tens?es, e o governo chinês se comprometeu a acelerar a concess?o de licen?as a uma série de empresas americanas. Esta semana, porém, o presidente dos EUA amea?ou impor tarifas de cerca de 200% sobre os produtos chineses caso Pequim n?o acelere suas exporta??es de ím?s de terras-raras. Enquanto isso, o Brasil foi o segundo país que mais recebeu investimentos diretos da China no primeiro semestre deste ano. A guerra comercial deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, poderá refor?ar o movimento, disseram especialistas ouvidos pelo GLOBO. De modo geral, o levantamento mostra um empate técnico na vis?o dos brasileiros sobre a Argentina: 42% têm opini?o favorável e 40%, desfavorável. No entanto, enquanto a percep??o negativa sobre o país liderado por Javier Milei apenas oscilou, a positiva cresceu sete pontos desde fevereiro de 2024. A avalia??o sobre a Rússia também melhorou, de 16% a 25%, mas segue amplamente desfavorável. Segundo a Quaest, atualmente 59% dos brasileiros têm opini?o desfavorável do país de Vladimir Putin. Os dados apontam que a imagem dos brasileiros sobre Israel despencou de fevereiro de 2024 até este mês, em meio à intensifica??o de ataques das for?as israelenses na Faixa de Gaza e relatos de viola??es ao direito internacional no território palestino. A parcela dos entrevistados que disse ter uma "opini?o desfavorável" sobre o país comandado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu saltou nove pontos desde o último levantamento, de 41% a 50%. Em outubro de 2023, apenas 27% dos brasileiros tinham uma vis?o desfavorável de Israel, e 52% apontavam uma percep??o positiva de Tel Aviv. Na sondagem deste mês de agosto, enquanto metade dos entrevistados sinalizou a opini?o "desfavorável", 35% se manifestaram positivamente sobre o país. Os que n?o souberam ou n?o responderam foram de 20% a 15% desde fevereiro de 2024. Apesar da piora na percep??o geral, a imagem de Israel segue forte entre os evangélicos. Os dados da Genial/Quaest apontam que 52% dos fiéis têm uma opini?o "favorável" ao país e 36%, "desfavorável". Outros 12% n?o souberam ou n?o responderam. O comparativo com sondagens passadas detalhadas por religi?o n?o foi divulgado. A Genial/Quaest ouviu 12.150 pessoas, com 16 anos ou mais, entre os dias 13 e 17 de agosto, em oito estado do país, que comp?em 66% do eleitorado nacional. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confian?a é de 95%. 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