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Interesse por gás de aterro cresce e ajuda no combate às emiss?es Saneamento Valor Econ?mico.txt
Pedro Maranh?o,ásdeaterrocresceeajudanocombateàsemiss?esSaneamentoValorEcon?jogo de quarto de bebê da Abrema; “O novo prazo para fechamento de lix?es é 2024, mas é pouco provável que as prefeituras tenham condi??es de se adequar ” — Foto: Gabriel Reis/Valor Com potencial ainda longe de ser plenamente aproveitado, a gera??o de biogás e de biometano a partir de aterros sanitários e esta??es de tratamento de esgoto pode resolver um duplo problema: criar valor econ?mico para produtos do tratamento de resíduos e reduzir emiss?es de gases de efeito estufa, substituindo combustíveis fósseis. Em 2022 foram mapeadas 91 plantas de biogás no setor de saneamento no país, alta de 32% em sobre o ano anterior. Destas, 66 s?o de produ??o de biogás a partir de aterros, com produ??o diária de 5,5 milh?es de m3, segundo o estudo Panorama do Biogás, do Centro Internacional de Energias Renováveis e Biogás (CIBiogás). Se somadas diferentes matérias primas, como resíduos agrícolas, a contribui??o para o setor elétrico é de 105 megawatts - e deve chegar a 236 MW, com a entrada de 47 usinas a partir de 2022. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({ mode: 'organic-thumbs-feed-01-stream', container: 'taboola-mid-article-saiba-mais', placement: 'Mid Article Saiba Mais', target_type: 'mix' }); Já o aproveitamento do biometano, obtido por meio do refinamento e processamento do biogás - por meio do qual s?o retirados os gases sulfídrico e carb?nico e a umidade, o que o torna um substituto do gás natural de origem fóssil -, ainda dá os primeiros passos no país. A produ??o de biometano é de 390 mil m3 /dia, mas o potencial é de 6,1 milh?es de m3 a partir dos resíduos sólidos urbanos e do esgoto sanitário, segundo a Associa??o Brasileira do Biogás (Abiogás). Ao todo, 20 plantas produtoras de biometano entraram em opera??o no ano passado. Leia mais: BNDES deve aprovar R$ 12,7 bi para água, esgoto e coletaCrise climática pode agravar falhas em saneamentoExpans?o programadaEmpresas querem inclus?o em regime diferenciadoFalta destina??o adequada para 40% dos resíduos no país “A produ??o de biogás e biometano a partir do saneamento tem se mostrado uma alternativa que une o útil ao agradável: de um lado, promove tratamento dos resíduos e, de outro, é um investimento lucrativo para gera??o de energia renovável”, diz Renata Isfer, presidente executiva da Abiogás. O biometano deve ganhar impulso na transi??o energética, por ser uma forma facilitada de se obter hidrogênio de origem renovável. Como a molécula é equivalente à do gás natural fóssil, a infraestrutura de produ??o e transporte pode ser aproveitada, evitando novos investimentos e tornando o processo mais barato e, principalmente, favorecendo um combustível limpo. As possibilidades de uso do biometano s?o múltiplas: ele pode ter inje??o na rede, em gasodutos dedicados ao combustível ou para o abastecimento de frotas. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil tinha em 2021 capacidade de produzir 21,5 milh?es de toneladas de hidrogênio a partir do biogás, quantidade suficiente para suprir 21% do consumo mundial do gás. Até 2029, 81 novas usinas de biometano devem ser instaladas no país, com capacidade instalada de 6,6 milh?es de m3 /dia e investimentos de R$ 11 bilh?es, que dever?o usar como matéria-prima resíduos de saneamento (52%), do setor sucroenergético (42%), da produ??o agrícola (5%) e de proteína animal (1%). Produ??o é de 390 mil m3/dia, mas o potencial é de 6,1 milh?es de m3 a partir dos resíduos sólidos urbanos e do esgoto sanitário A Orizon, que faz gest?o de aterros sanitários e tratamento de resíduos, criou a Bio-E, divis?o de energias renováveis para ampliar sua atua??o nas frentes de biometano e gera??o de energia a partir do lixo. A empresa, que aposta em uma abordagem de economia circular, processa 10,1 milh?es de toneladas por ano de resíduos em 16 aterros sanitários, explorando o potencial energético em diferentes frentes, como gera??o de energia a partir do biogás, com potência instalada para 96 MW. A entrada no segmento de biometano se deu por meio de uma joint venture com a Compass, do grupo Cosan. Hoje a companhia produz 100 mil m3 /dia de combustível a partir do Ecoparque, aterro sanitário em Paulínia (SP). A parceria com a Compass vai permitir ampliar o fornecimento para cerca de 180 mil m3 /dia, inicialmente, e potencial para chegar a 300 mil m3 /dia. O investimento na produ??o é estimado em R$ 450 milh?es. Segundo Jorge Rogério Elias, diretor de engenharia e implanta??o da Orizon, desde 2015 a empresa olha para o biometano, mas como havia ainda incertezas regulatórias e ligadas à tecnologia, decidiu esperar. O primeiro piloto veio em 2021, em Paulínia. “Vínhamos namorando a entrada no mercado de biometano e, a partir de 2022, buscamos tracionar os ativos para esse novo modelo de negócios”, diz o executivo. A demanda, segundo ele, deve vir de indústrias, para uso como substituto do gás natural ou carv?o de origem fóssil nos processos industriais e também para o uso como combustível em frotas. Criar uma economia circular a partir do amplo aproveitamento dos resíduos urbanos encontra gargalos no Brasil. A despeito da legisla??o vigente - a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi sancionada em 2010 -, uma parte considerável dos resíduos ainda é disposta em lix?es ou em aterros controlados, sem impermeabiliza??o do solo e outras tecnologias. “O novo prazo para fechamento desses lix?es é 2024, mas é pouco provável que as prefeituras tenham condi??es de se adequar. Esse é mais um retrato de nossas desigualdades regionais”, afirma Pedro Maranh?o, presidente da Associa??o Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema). Segundo ele, o problema é mais grave entre os municípios de médio e pequeno porte, especialmente nas regi?es Norte e Nordeste, que registram uma destina??o correta muito abaixo da média nacional - de 36,6% e 37,2%, respectivamente.
