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Escolas de Vitória s?o até 3,5oC mais quentes do que as temperaturas nas ruas, diz pesquisa

Com as temperaturas cada vez mais altas,órias?oatéomusica a vida é uma roleta em que apostamos tudo os impactos do calor s?o cada vez maiores. Uma pesquisa mostrou que em quase metade das escolas públicas e privadas de Vitória, em 2023, a temperatura dentro das salas de aula era até três graus maior do que do lado de fora. A capital está entre as cinco do país que mais tem escolas com a temperatura média acima da registrada fora da unidade de ensino.

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O levantamento feito pelo MapBiomas e Instituto Alana analisou 155 escolas da capital. Desse total, 91% registram pelo menos 1oC acima da temperatura média captada fora da sala de aula.

Em algumas unidades de ensino, a situa??o é pior. Quase metade das escolas apresenta uma diferen?a de temperatura ainda maior, de 3,57oC a mais em rela??o à média urbana.

A pesquisa apontou que estudar em ambientes assim pode ocasionar prejuízo para os alunos, afetando principalmente no aprendizado.

"As pesquisas também já mostram que um dia de calor é um dia de aprendizado perdido. Porque é muito difícil para as crian?as, e n?o só elas, mas toda a comunidade escolar, os educadores também se concentrarem. é muito difícil aprender, brincar. As crian?as procuram a sombra no recreio, ficam menos ativas", pontuou a especialista em crian?as e natureza do Instituto Alana, Maria Isabel de Barros.

Em 2024, a temperatura mais alta registrada em Vitória foi de 38 graus, de acordo com o Climatempo. Com a situa??o apontada pela pesquisa, isso significa que se do lado de fora essa mesma temperatura for registrada, os alunos podem estar em um ambiente de até 41 graus dentro das salas.

Para minimizar o problema, as solu??es apresentadas pelo estudo s?o principalmente a introdu??o de mais áreas verdes próximas às unidades de ensino.

1 de 4 Vitória está em quinto lugar entre as capitais que possuem salas de aula com a temperatura mais elevada nas salas de aula do que no lado de fora — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

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Enquanto nem todas as escolas s?o contempladas com as mudan?as necessárias, os estudantes reclamam do calor.

"Um monte de gente come?a a passar mal durante a aula, come?a a atrapalhar muito, precisa parar a aula", disse a aluna de 11 anos, Steffany de Oliveira.

A Prefeitura de Vitória disse que foi realizado um estudo mapeando todas as unidades de ensino da rede que ser?o climatizadas e que pretende climatizar todas as escolas e colocar mais áreas verdes, mas n?o deu um prazo para isso (confira no final da reportagem).

Já o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe/ES) informou que as institui??es contam com ventiladores e ar-condicionado a fim de proporcionar o bem-estar dos alunos e educadores.

Calor acima da média

Para o estudo, foram utilizadas imagens de satélite de 155 escolas públicas e privadas da Educa??o Infantil e Ensino Fundamental de Vitória, das 161 registradas no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Das escolas analisadas, 141 unidades tinham pelo menos 1oC acima da temperatura média do perímetro urbano, o que representa um total de 91% das escolas analisadas.

Com esse resultado, Vitória ocupa o quinto lugar entre as capitais, ficando atrás apenas de Manaus (AM), Macapá (AP), Palmas (TO) e Porto Velho (RO).

E 49,7% das escolas da capital apresentam uma diferen?a de temperatura ainda maior, de 3,57oC em rela??o à média urbana.

Escolas com temperatura de pelo menos 1oC acima da média Capital Total de escolas Propor??o em rela??o ao total (%) Manaus 718 97,6 Macapá 163 93,1 Palmas 108 91,5 Porto Velho 171 91,4 Vitória 141 91

O que pode mudar?

A análise avaliou as áreas das escolas como um todo e mapeou que um dos motivos que podem aumentar o calor é a falta de áreas verdes tanto dentro quanto no entorno das unidades de ensino.

2 de 4 Implanta??o de áreas verdes pode ser solu??o para diminuir calor dentro das salas de aula em Vitória, Espírito Santo — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

A nível nacional, quatro entre dez escolas n?o têm áreas verdes em seus lotes (37,4%). E a situa??o se agrava na educa??o infantil, com 43,5% das escolas com alunos matriculados na educa??o infantil sem o espa?o em contato com a natureza, principalmente em bairros periféricos.

"A gente já sabe que determinadas áreas da cidade tem muito menos pra?as, parques, arboriza??o e est?o muito mais sujeitas a ilhas de calor e risco. Mas a gente queria entender se as escolas reproduzem essa desigualdade na malha urbana ou se elas s?o infraestruturas públicas que ajudam a diminuir. E a gente encontrou na verdade dados que mostram que essa desigualdade se repete", comentou a especialista.

A pesquisa frisou ainda que o contato com a natureza melhora todos os indicadores de saúde e bem-estar de crian?as e adolescentes – como imunidade, memória, sono, estresse, capacidade de aprendizado, sociabilidade e capacidade física.

3 de 4 áreas verdes podem ajudar a diminuir temperatura dentro das salas de aula em Vitória, Espírito Santo — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

Além disso, um novo ponto precisa ser levado em considera??o: como o clima mudou, é preciso identificar as escolas mais vulneráveis às ondas de calor, alagamentos, enchentes e deslizamentos e agir para reduzir os riscos e aumentar sua resiliência, uma vez que crian?as e adolescentes s?o justamente as mais afetadas por eventos climáticos extremos.

Uma das formas de contornar a situa??o também é adotar o uso de ar condicionado para as escolas. Esse método já é utilizado pela prefeitura.

O que diz a prefeitura?

A Secretária de Educa??o de Vitória, Juliana Rohsner, disse que apenas nove escolas tinham refrigera??o em 2021, e que em quatro anos, o número aumentou para 40.

"é uma preocupa??o que existe e o estudo refor?a essa necessidade. Nós sabemos que comprar ar condicionado é a parte mais simples da quest?o. Mas para que ele funcione, você tem que ter uma infraestrutura elétrica que dê conta disso. O desejo é que a gente atinja toda a rede, mas sempre com muita responsabilidade", apontou a secretária.

Ainda segundo a secretária, no mês de janeiro estavam previstas mais cinco ordens de servi?os para início das obras de coloca??o do aparelho em escolas da rede municipal.

Além disso, outras doze unidades est?o em fase de elabora??o de projeto para que as obras sejam licitadas e iniciadas no decorrer do ano de 2025. Nas unidades que ainda n?o possuem ar-condicionado, todas as salas de aula est?o equipadas com ventiladores de teto.

4 de 4 Quase metade das escolas de Vitória, Espírito Santo, marca mais de três graus de diferen?a dentro das salas de aula — Foto: Reprodu??o/TV Gazeta

Já sobre as áreas verdes, a secretária comentou que também busca arborizar as unidades.

"Ao longos dos anos a pedagogia ela foi se reinventando, se reestruturando. Hoje a gente tem uma outra proposta, a ideia do esverdeamento das escolas. Ent?o a gente cuida muito dos quintais, recuperando os espa?os que ainda n?o foram concretados. E a gente tem aberto esses espa?os para que as crian?as tenham mais contato com a natureza. A gente acredita muito que a crian?a só vai preservar o que ela ama", finalizou.

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