Caracóis africanos: bióloga orienta forma correta de combater prolifera??o do molusco no período chuvoso

'Comecei a me despedir da vida': o relato do único passageiro sobrevivente da queda de um avi?o com 123 mortos

Ricardo Trajano é apaixonado por rock desde a juventude. Na década de 1970,únicopassageirosobreviventedaquedadeumavi?apostar na loteria em ingles o jovem cabeludo, f? de grandes bandas mundiais, embarcou em uma viagem que mudaria a vida dele para sempre.

“Meu sonho era conhecer Londres, a meca do rock'roll”, lembra Ricardo.

Ele comprou uma passagem com destino final à capital inglesa. O voo escolhido foi o 820 da Varig, operado por um Boeing 707. No dia 11 de julho de 1973, faltando pouco mais de um minuto para o pouso no aeroporto de Orly, em Paris, o avi?o come?ou a pegar fogo. 123 pessoas morreram. Ricardo foi o único passageiro sobrevivente. Outros 10 tripulantes também escaparam.

“Foi puro instinto. Tirei o cinto e fui andando para frente. A fuma?a tomou conta de todo avi?o. Eu caí no ch?o e comecei a me despedir da vida”, conta.

Ricardo foi encontrado desacordado, irreconhecível, próximo à cabine. Foi confundido com um comissário de bordo. A família recebeu a notícia de que ele havia morrido.

“Quando cheguei em casa, me deu a notícia: o avi?o do meu irm?o tinha caído e que ele tinha falecido. Você desaba”, lembra Regina Trajano, irm? de Ricardo.

1 de 4 Em 73, o voo 820 da Varig pegou fogo, deixando 123 mortos, um único passageiro sobrevivente, com outros 10 tripulantes — Foto: Reprodu??o/TV Globo

O reencontro com a vida

No hospital, em estado crítico, Ricardo n?o conseguia falar. Ele escreveu em um peda?o de papel o nome, telefone e endere?o do pai. Foi assim que descobriram que ele era um passageiro, e n?o um tripulante.

“Seu filho está mal, mas está vivo”, conta Ricardo Trajano.

A notícia trouxe alívio e emo??o à família.

"A emo??o é indescritível. Todos que estavam chorando a morte do meu irm?, de repente, se deram a m?o para agradecer. N?o era mais o choro de um luto, mas, sim de que ele tinha sobrevivido".

2 de 4 Ricardo Trajano, único sobrevivente do voo 820 da Varing, deu entrevista ao Fantástico durante recupera??o em Paris — Foto: Reprodu??o/TV Globo

Dois meses entre a vida e a morte

Ricardo passou dois meses internado entre a vida e a morte. Recebeu centenas de cartas de apoio de desconhecidos, com mensagens de fé e esperan?a.

“Eu lia aquilo como se fosse uma bíblia”, conta.

3 de 4 Jornais noticiaram recupera??o de Ricardo Trajano após queda de avi?o — Foto: Reprodu??o/TV Globo

Um novo capítulo

Hoje com 73 anos, Ricardo vive em Belo Horizonte. Ele considera o dia 11 de julho como sua segunda data de nascimento.

Desde o acidente, Ricardo voltou a viajar de avi?o, realizou o sonho de conhecer Londres, formou-se em engenharia, teve duas filhas — Júlia e Marina — e passou a compartilhar sua história pelo Brasil, inspirando outras pessoas com sua trajetória de supera??o.

“Todo santo dia eu agrade?o aquele cara lá em cima. Minha vida virou um presente cheio de propósitos e significados.”

4 de 4 Ricardo Trajano, único sobrevivente do voo 820 da Varing, compartilha sua história pelo Brasil — Foto: Reprodu??o/TV Globo

Confira as últimas reportagens do Globo Repórter:

50 vídeos